terça-feira, 27 de janeiro de 2009

David de Gadyt

“Aprender música lendo teoria musical é como fazer amor por correspondência”. Estas palavras de Luciano Pavarotti, facilmente poderiam ter sido proferidas por David de Gadyt em alguma conversa sua consigo mesmo ou com os que o rodeiam. Sentir a música que toca e canta é sem dúvida a linha condutora de todo o seu percurso de vida que está profundamente ligado ao seu percurso musical.
Deixar falar o coração numa melodia, aplicar a razão numa progressão de acordes ou escutar o som do mar num solo imprevisível fazem uma combinação perfeita com líricas carregadas de sentimentos e bons momentos. Retratar amizade, sintonia e fins de tarde perfeitos embebidos num copo de vinho tinto entortado pelo declive da areia são o objectivo, não único, da música de David. O seu objectivo máximo é enaltecer até ao patamar mais elevado a amizade como circunstância inevitável da condição humana. Para ele, nada faz sentido sem a contribuição dos amigos, sem a presença dos mesmos e sem a mente fixa no que os faz sorrir. É, perdido nestas nuances da amizade e de tudo o que o conceito acarreta de positivo consigo, que este trabalho surge como uma prova eterna do sentimento que David nutre pelos seus mais que tudo amigos. Podemos compreender o seu trabalho como uma transmissão ao mundo alheio de que a arte pode demonstrar os sentimentos, mesmo os que estão escondido nos locais mais recônditos no nosso ser. O seu valor acresce com uma abordagem abrangente que permite interpretações ínfimas da sua música, permitindo que qualquer tipo de ouvinte se identifique com a mensagem.
Sendo assim, terminando com o início, fica aqui o trabalho de um artista que só agora se dá a conhecer ao público mas que já deu todas as provas àqueles para quem ele encheu o peito de ar e cantou estas músicas – os amigos. É assim, um trabalho sincero e intenso, que procura a sua essência não na teoria musical mas no risco de ser completamente verdadeiro consigo mesmo.

Sem comentários:

Enviar um comentário